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Mês da Internet Segura: utilize o melhor da rede sem descuidar da segurança

De memes do BBB (Big Brother Brasil) criados um segundo após a cena passar na televisão, à mapas e gráficos que mostram em tempo real as pessoas infectadas pelo Coronavírus em todo o mundo.

A internet é um mundo extenso e maravilhoso, uma terra amplamente explorada pelos seres humanos, mas que nunca chega ao fim.

Estamos cada vez mais rápidos e precisos nas informações, e cada vez mais conectados

Se por um lado, como já dissemos, isto é maravilhoso, por outro a internet acaba se tornando uma espécie de “terra sem lei” (ou, ao menos, com poucas leis pouco claras), amplamente aberta para você receber e passar todo o tipo de informação e atitude. 

Por isso o Mês da Internet Segura, consagrado em fevereiro, é tão importante: há tantas maneiras de estarmos expostos a inseguranças e perigos nas redes que às vezes nem nos damos conta. 

O que é o Mês da Internet Segura?

A iniciativa começou em 2009, com a Rede Insafe, na Europa, que criou o Dia da Internet Segura (Safer Internet Day). com a finalidade estimular empresas e usuários ao redor de todo o mundo a utilizarem a Internet de uma forma mais consciente. 

Hoje, a campanha já reúne mais de 140 países e é discutida durante todo o mês de fevereiro.

Quando você pensa em internet segura, provavelmente sua cabeça deve ir diretamente para a limitação de conteúdo para crianças e/ou proteção de senhas e afins. 

Mas há muito mais para se preocupar e se precaver na internet do que enxergamos. Por isso, hoje trouxemos 8 finalidades principais da internet que devem ser observadas com muita atenção – e evitadas com sabedoria antes que você caia em alguma cilada!

Fake news

Espalhar fatos errôneos e mentirosos como se fossem verdade não é novidade, tampouco é algo exclusivo do mundo digital. Mas é bem verdade que foi com a internet que este termo (e atitude péssima) se popularizou.

Fake news é um termo em inglês e é usado para referir-se a falsas informações divulgadas, principalmente, em redes sociais.

O termo começou a ser usado com mais frequência durante a eleição de 2016 nos Estados Unidos, na qual Donald Trump foi eleito presidente.

Nessa época, algumas empresas especializadas identificaram uma série de sites com conteúdo duvidoso, em sites que divulgaram notícias sensacionalistas envolvendo, entre outros casos, a então adversária de Trump, Hillary Clinton.

Não muito tempo depois, em 2018, foi a vez do Brasil sofrer com o bombardeio e o compartilhamento em massa de fake news em torno da eleição à presidência e seus candidatos.

Analisando superficialmente, é fácil dizer que a “culpa” da epidemia das fakes news são de cabeças e empresas grandes, manipulando e disseminando notícias manipuladoras e falsas. 

Mas grande parte (talvez o maior) do fator que dá força às fake news, é justamente nós: internautas comuns, navegando tranquilamente pelo Facebook ou WhatsApp. 

Isso acontece, principalmente, porque hoje mais do que nunca há uma cultura da urgência, e da falsa-credibilidade. Se vemos uma notícia cujo a manchete diz algo em que acreditamos e apoiamos (normalmente, algo polêmico), prontamente compartilhamos.

Sem checar: de que site vem aquela informação, quem a está disseminando e se ela é, de fato, verdadeira.

O problema maior da divulgação de notícias falsas, é que isso interfere no senso crítico da população, gerando impactos negativos em vários setores da sociedade, como política, saúde e segurança.

Como se blindar disso?

Cheque SEMPRE a fonte e as informações de tudo o que você compartilha na internet, nunca tome um fato compartilhado nas redes sociais como verdade absoluta.

Devemos lembrar que, hoje mais do que nunca, é muito fácil criar sites, portais, imagens e vídeos e disseminar conteúdo online. 

Por isso, o senso crítico é essencial.

E, se você vir alguém compartilhando notícias falsas, não adianta arrumar briga nos comentários: chame a pessoa no chat privado e comente com ela sobre como aquela notícia é falsa, informando-a sobre os fatos e fontes verdadeiras. 

Educação é essencial e, para isso, todos devem estar unidos nessa!

Ansiedade por redes sociais e bombardeio de informações

Nós já falamos muito aqui, no D/Propósito, sobre a influência da internet e das redes sociais no desencadeamento de problemas psicológicos como ansiedade e depressão.

Isso acontece por alguns motivos:

Primeiro: a quantidade de informações que somos bombardeados uma vez que estamos conectados, que é infinitamente mais superior do que podemos absorver, o que faz com que fiquemos mentalmente cansados, distraídos, pouco produtivos e alheios ao momento presente.

Segundo: nas redes sociais, principalmente, tendemos a nos comparar com a vida do próximo, projetada através de postagens e fotos “perfeitas”. Nos tornamos viciados ao hábito de expor a vida a todo momento, no desejo oculto de sermos constantemente aceitos e reconhecidos pelas outras pessoas. 

Terceiro: estar sempre conectado faz com que, bom, você nunca desligue. O que isso quer dizer? Que seu chefe pode te mandar mensagem às 23h de um domingo, que você dorme com a tela do celular nos olhos e acorda checando suas mensagens.

Esse sentimento de comparação e necessidade de conexão e informações além do saudável gera problemas como o “Fomo” (Fear Of Missing Out), que é o sentimento de ansiedade para saber tudo o que acontece o tempo todo no mundo digital. 

Como se blindar disso?

Defina limites para as redes sociais, o tempo e a forma como você navega na internet diariamente.

Algumas atitudes simples, como deixar o celular de lado em uma roda de amigos, desligar o celular 1h antes de dormir e trocar o tempo navegando nas mídias por uma leitura, já farão uma baita diferença.

Para saber mais, você pode clicar aqui e ler a respeito do Jomo (Joy of Missing Out)

Os perigos dos conteúdos vazados

Este já é um perigo conhecido, já discutido muitas vezes, mas ainda extremamente relevante.

Não dá para “relaxar” quando estamos na internet: toda informação que enviamos, direta ou indiretamente, corre o risco de ser compartilhada de forma pública.

Seja uma foto, um “printscreen” de alguma conversa ou até mesmo a gravação de um áudio: tudo está propenso a se disseminar na web, uma vez que está lá, mesmo isso hoje já sendo considerado crime passível de prisão.

Quando o conteúdo é divulgado sem a permissão de um ou de todos os envolvidos, isso passa a ser considerado crime. 

Embora, legalmente, haja penalizações para quem comete este tipo de crime, e seja possível pedir judicialmente para que o conteúdo seja apagado, é fato que é muito difícil conter o espalhamento em massa quando se trata da internet – uma vez que, mesmo que o site ou pessoa tenha apagado, é possível que ele já esteja sendo compartilhado em outros locais.

Como se blindar disso?

O jeito mais seguro e a prova de erros para não cair nas armadilhas do vazamento, é não compartilhar conteúdos que você não gostaria que fosse vazado na web. 

Mesmo que seja algo para você, mesmo que seja algo inocente, compartilhado para alguém que você confia. Não compartilhar e, principalmente, não REPASSAR as informações que você recebe de terceiros. 

Caso você opte por arriscar e compartilhar, ou mesmo para se precaver, é importante conhecer as leis e direitos em torno do assunto, para saber que atitudes tomar diante de um crime desses.

Uso de dados pessoais de forma imprópria

Mas e quando você não compartilhou nada, toma todas as providências necessárias para navegar na internet com segurança… e mesmo assim, de alguma forma, sente que teve seus dados vazados?

O uso indevido de dados pessoais, especialmente pelo governo e empresas privadas, é um tema extremamente atual, delicado e importante.

O que é isso, exatamente? 

Explicando em linhas mais gerais, são as suas informações cedidas de forma “consentida” (entre aspas, porque muitas vezes consentimos em compartilhar dados sem saber que estamos fazendo isso. Sabe aquele “Eu li e aceito os termos de uso”? Então…), vazadas e utilizadas em outros canais e para fins que você não deu permissão.

Esse assunto foi fortemente discutido, novamente, após a campanha eleitoral de Trump, nos Estados Unidos.

Nela, o Facebook recebeu acusações de ter compartilhado informações de mais de 50 milhões de pessoas sem o consentimento delas para a empresa americana Cambridge Analytica para fazer propaganda política.

Essas pessoas, em tese, teriam participado de um teste psicológico “inofensivo” na rede social, sem saber que, ao fazer isso, estavam dando não apenas suas informações, mas os dados referentes a todos os amigos do perfil.

A denúncia, feita pelos jornais The New York Times e The Guardian, levantou dúvidas sobre a transparência e o compromisso da empresa com a proteção de dados dos usuários, e fezo Facebook desvalorizar US$ 35 bilhões (ou aproximadamente R$ 115,5 bilhões) na bolsa de valores de tecnologia dos EUA, na época.

Embora seja um assunto delicado, é importante ressaltar que é algo que está no radar de mudanças positivas: a Lei Geral da Proteção de Dados entrará em vigor em agosto de 2020, e fará com que o consentimento do usuário para utilizar os dados seja, literalmente, lei.

Com ela, será possível que o internauta: 

  • Decida quais dados podem ser tratados ou não;
  • Acesse todos os seus dados a qualquer momento;
  • Solicite a remoção completa de suas informações do seu banco de dados a qualquer momento;
  • Solicite a portabilidade dos dados para outro fornecedor de serviços/produtos;
  • Revogue o consentimento de uso de dados.

Como se blindar disso?

A melhor maneira de proteger seus dados é sempre estar bem atento ao que você está assentindo quando clica, de maneira desantenada, em “aceito” para algum aplicativo, site, teste e afins. 

Além disso, é importante desde já conhecer mais sobre a Lei de Proteção de Dados, e quais serão os seus direitos (e como utilizá-los em seu benefício e segurança).

Golpes de compras pela internet

A internet possibilita um mundo mágico, inimaginável às pessoas de anos atrás: a possibilidade de comprar e fazer muita coisa com apenas alguns cliques, sem sair de casa.

Pesquisar preços, comprar e receber o produto em casa e vender coisas que você não usa mais são algumas das facilidades que o comércio na internet trouxe.

Porém, pessoas que agem de má-fé existem por todas as partes e os golpes do comércio eletrônico são uma triste realidade. Para se ter uma ideia, de acordo com a ONG SaferNet Brasil, em 2019 as denúncias de crimes cibernéticos aumentaram 110% em relação à 2017.

As principais fraudes estão relacionadas a compras de eletrônicos, passagens aéreas, transações bancárias e serviços. Um em cada quatro brasileiros já foi vítima deste tipo de ação, segundo o SerasaConsumidor. 

Como se blindar disso?

O melhor remédio é a prevenção. Sempre que for comprar online, fique atento à algumas coisas, como: pesquisar a idoneidade da empresa, procurar fazer contato SEMPRE pela própria plataforma (evite ao máximo negociar pelo WhatsApp), checar a autenticidade do endereço de e-mail enviado pela loja e qualidade dos textos.

Os golpes mais comuns costumam vir de sites de compra e venda como o Mercado Livre, a OLX e lojas de instagram. Cheque todas as informações e não hesite em contactar a plataforma caso tenha alguma suspeita, ok?

Outra boa dica é sempre ler a respeito da loja no Reclame Aqui e em fóruns na internet. 

Caso tenha sofrido um golpe ou alguma transação suspeita, quanto mais rápido agir, maior as chances de recuperar o dano. Registre a reclamação no site do Procon/Ministério da Justiça e no site onde executou a compra.

Discurso de ódio

A internet, em especial com as redes sociais, proporcionam a aproximação entre as pessoas, o contato direto e indireto mesmo com a distância física, e a possibilidade de se deparar com muita diversidade e opiniões diversas.

Isso, por um lado, é maravilhoso. Mas, no entanto, essas mídias são constantemente usadas como um meio de disseminação de discursos de ódio e propagação da violência. 

Pode parecer incoerente, como a acessibilidade e acesso à informações torna as pessoas mais conservadoras e relutantes, ao invés de serem abertas a novas ideias e opiniões. 

Segundo um estudo publicado na revista PNAS (“Proceedings of the National Academy of Science”), um dos motivos que explica este fenômeno é que os usuários, na maioria das vezes, estão  atrás de visões que reforcem suas opiniões (o que dá inclusive, como já dissemos, força às ditas fake news), em vez aproveitar a diversidade que as redes sociais oferecem para rever conceitos e preconceitos.

Sabemos que, infelizmente, intolerância existe tanto no mundo digital, como no offline. Mas o problema com a internet fica um pouco mais agravante, pela falsa sensação de “imunidade” por estar atrás das telas – a pessoa acredita que, por não estar presencialmente atacando alguém, não sofrerá as consequências disso.

Enquanto na “vida real”, as pessoas se seguram para não expressar opiniões preconceituosas e agressivas, com medo das consequências, esses comportamentos ficam (erroneamente) liberados na vida virtual. 

Como se blindar disso?

Uma vítima de discurso de ódio na internet pode provar sua acusação na Justiça com prints contendo o conteúdo ofensivo. 

É importante que os prints contenham todo o conteúdo ofensivo publicado, com data da postagem e link de onde aconteceu a agressão. 

Outra dica importante é não responder às mensagens ofensivas recebidas, por mais difícil que seja conseguir se segurar na hora do “sangue quente”. 

Também é importante não excluir aquele conteúdo, mantendo as mensagens e e-mails originais que servirão como prova para o seu caso. 

Então, caso você seja vítima de alguma agressão ou discurso de ódio na internet, reúna o conteúdo impresso e armazenado em mídia eletrônica, e dirija-se à Delegacia de Polícia mais próxima para registrar um Boletim de Ocorrência. 

Uso indevido e perigoso da internet por crianças 

Embora as inseguranças e perigos na internet afetem seus usuários sem fazer distinção de idade, em diferentes níveis, a situação caminha para um patamar ainda mais agravante quando estamos falando de crianças utilizando a rede.

Já falamos aqui também, no D/Propósito, sobre aplicativos para crianças, e defendemos o uso da internet de forma positiva na educação e desenvolvimento dos pequenos. Mas é muito, muito importante mesmo, estar atento à forma que eles navegam, por onde passam e o que fazem na web.

Segundo relatório da OEA (Organização dos Estados Americanos), os principais perigos que afetam crianças e adolescentes na internet são:

  • Abuso sexual de crianças e adolescentes
  • Cyberbullying
  • Exploração sexual de crianças e adolescentes
  • Exposição a conteúdos inapropriados
  • Materiais de abuso sexual de crianças e adolescentes gerados digitalmente
  • Publicação de informações privadas

Como se blindar disso?

A responsabilidade de tornar a Internet um espaço cada vez mais seguro para crianças e adolescentes exige uma abordagem abrangente, de acordo com o relatório da OEA.

Ações envolvendo tanto governo como iniciativa privada, incentivando a proteção e desenvolvimento de campanhas de educação sobre questões de internet segura são elementos essenciais para minimizar o problema.

Além disso, nem é preciso dizer que o papel dos adultos em orientar e criar um ambiente seguro para os pequenos é fundamental. 

E isso vai além de simplesmente restringir e monitorar: é preciso educá-los e desenvolver neles a habilidade e conhecimento sobre as ameaças e o uso da tecnologia.

Já deu para perceber que a internet pode ser maravilhosa, mas igualmente perigosa quando não usada de forma consciente, né? 

O que você pode fazer agora? Compartilhe este post com o máximo de pessoas que puder!

Quanto mais gente fala disso, mais a informação é transmitida e as medidas de segurança evoluem.

Então, aproveite o Mês da Internet Segura e faça a sua parte! A consequência será um ambiente seguro, protegido e mais inclusivo.

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