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Educação financeira começa na infância

Onde, quando e como aprender sobre educação financeira? Educação financeira deveria fazer parte do currículo escolar? Dinheiro e criança combinam?

As perguntas são inúmeras e essa discussão dá muito pano pra manga.

Boa parte de nós adultos temos aprendido sobre finanças à duras penas, tomando decisões erradas e perdendo muito tempo e dinheiro com isso. Aos pais o tema causa enorme preocupação e opiniões divergentes. Quem nunca pensou sobre mesada, por exemplo?

Segundo o site InfoMoney, o planejador financeiro está entre as 10 profissões em alta pós-pandemia, isso porque o momento mostrou a indiscutível importância de se ter uma reserva de emergência. A lógica, “se eu tenho eu gasto”, está definitivamente caindo por terra.

O que temos visto é que os padrões de consumo estão mudando numa velocidade frenética. Entender o momento, saber ganhar e administrar o dinheiro está na ordem do dia. Olhando de maneira muito propositiva, toda essa movimentação faz desse “novo normal” uma excelente oportunidade para ensinar muita coisa boa às crianças.

Aqui vão 5 dicas de uma mãe, e consultora financeira, do que ensinar para as crianças, independente da idade.

Aprenda enquanto ensina

Coerência deve estar na base de qualquer esforço para uma educação eficaz. Ensinar é um excelente caminho para aprender, por isso, só educa quem se auto educa.

Comece refletindo: como anda a minha educação financeira?

Fato primordial é que a educação financeira não é exatamente uma realidade nacional, segundo o Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), entidade sindical que representa os direitos e interesses dos quase cinco milhões de empreendedores do comércio brasileiro, em março de 2020, 62,1% das famílias estavam endividadas e cartão de crédito era nosso maior vilão!

Educar os filhos financeiramente pode ser uma ótima oportunidade para a família toda, por isso, dedique algum tempo e atenção ao assunto.

Poupar é o primeiro passo

A regra número um para manter a saúde financeira é gastar menos do que ganha. Ainda que nesse momento, por questões variadas essa não seja a sua realidade, plante essa semente nas crianças e exercite junto.

Estabeleça uma meta com as crianças, por exemplo, uma bicicleta nova no aniversário.

Utilize um pote transparente para que a criança consiga ver o dinheiro aumentando e diga para ela, recebi pelo meu trabalho e aqui está a parte que pouparemos para o nosso plano. É fundamental entender que investimos em nosso futuro em primeiro lugar.

Atenção: Não devemos poupar o que sobra. Devemos gastar o que sobra!

Sabendo exatamente quanto teremos para gastar ao longo do mês, ganhamos mais consciência na hora de comprar.

Ensine que usar o dinheiro envolve escolhas

Compreender a diferença básica entre necessidade e desejo é fundamental para qualquer planejamento financeiro.

Entenda o que envolve uma compra e compartilhe essa compreensão com as crianças. Ensine as crianças a perguntarem: Preciso disso nesse momento?

Se a resposta for “não”, muito provavelmente você está diante de um desejo, então avalie se é o momento dessa aquisição. Entretanto, se a resposta for sim, trata-se de uma necessidade e, como tal, precisará ser atendida.

Importante dizer que as crianças são naturalmente imediatistas e vivem lindamente o presente. Meu conselho não é para tirar das crianças a beleza da infância.

A resposta não deve partir da criança, o convite é para que os adultos compartilhem sua própria reflexão com as crianças. Os pequenos aprendem primordialmente pelos exemplos.

Reflita: precisamos no alimentar. Essa necessidade é básica, mas não precisamos necessariamente gastar em restaurantes caros, por isso, transforme comemorações especiais em dias em que celebrar pode significar bons momentos ao lado de quem se ama.

Reserve receitas especiais, e baratas, para dias festivos em família. O dia da panqueca do pai, do bolinho de chuva da mãe, o dia em que é a criança quem faz o pão que será compartilhado por todos. Aprecie os processos.

Ninguém discute a necessidade de se reservar algum dinheiro para lazer, mas isso não implica viagens ou programas caros.

Picnic num parque diferente que termina numa noite na cabana improvisada em um lugar improvável da casa pode deixar memórias tão incríveis quanto as de uma viagem que estaria além das possibilidades financeiras de uma família.

Descubra o que está na origem de suas escolhas na hora de comprar e foque, sem culpa, no investimento em suas necessidades. Entretanto, não abra mão e torná-las especiais para as crianças, pois isso as tornará capazes de, no futuro, essencializar seu desejos!

Trabalho não é esforço

Todo trabalho deve ter um propósito maior que salário.

Não tem segredo: a menos que sejam herdeiras, as crianças, na hora certa, precisarão trabalhar, não é mesmo?

Trabalho garante a sua sobrevivência e a de seus dependentes, por isso associar dinheiro à esforço e apenas ao salário pode gerar uma série de crenças negativas em relação à prosperidade e abundância financeira.

Encontre uma razão maior que o dinheiro para o seu fazer. Eu trabalho para ajudar as pessoas a realizarem seus sonhos materiais, e você?

Quando as crianças te perguntarem “o que você faz?”, concentre-se em responder “por que seu trabalho pode fazer a diferença na vida de outra pessoa”.

Ajudar as crianças a crescerem com vontade de trabalhar é um grande legado e as ajudará imensamente no futuro.

Ser é mais importante do que ter

Pode parecer clichê, mas acredite, todo mundo tem algo a oferecer para mudar o mundo.

Ainda que apenas seja possível doar R$1,00 num mês, reserve esse valor tão logo receba seus rendimentos, doe e divida com as crianças a felicidade de ajudar alguém ou uma causa que você acredita.

Se não tiver nada para doar, isso também não é um problema. Doe seu tempo, por menor que seja, e acredite que doar tempo também tem muito valor. Aqui qualidade vale muito mais do que quantidade.

Enquanto sociedade, estabelecemos uma relação conflituosa com o que entendemos por escassez, e isso cria uma série de distorções em relação ao acúmulo.

Não se trata de discutir sobre escassez ou acúmulo com criança, mas de educá-las para estabelecerem uma relação mais equilibrada entre esses dois extremos e, especialmente, de desenvolver empatia, tão necessária, inclusive, como diferencial no acirrado mercado de trabalho!

Dinheiro é ferramenta que aliada à uma mentalidade próspera garante resultados exponenciais.

Acredite: para escolher onde investir, planejar a aquisição de um novo bem ou acessar qualquer informação específica do mercado financeiro, o acompanhamento adequado será uma possibilidade cada vez mais acessível. No entanto, mudar hábitos de consumo, crenças e valores enraizados desde a infância exigirá muito mais perseverança, tempo e vontade.

Vamos nessa?

Até a próxima! 😉

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