O assunto mais discutido no mundo inteiro nos últimos dias é, sem sombra de dúvidas, disseminação do Coronavírus, ou COVID-19, especialmente após a Organização Mundial da Saúde classificar oficialmente a doença como pandemia (ou seja, que o vírus está circulando em todos os continentes), em 11 de março.
Realmente, os números assustam. Desde que os primeiros casos começaram a ser reportados na China em dezembro de 2019, o coronavírus já infectou mais de 160.000 pessoas e trouxe mais de 6.000 mortes no mundo todo.
No Brasil, até o dia 15 de março o número é de 200 casos e 1.913 casos suspeitos, sem nenhum óbito registrado até agora.
Porque os números assustam
É claro que os números são preocupantes, não apenas pelo alto volume de casos confirmados e suspeitos mas, principalmente, pela rápida disseminação da doença – que tem sintomas muito similares à uma gripe comum, e pode demorar a se manifestar.
Além dos problemas relacionados à saúde mundial, a pandemia também está causando um grande estrago na parte econômica – o índice da bolsa de valores (Ibovespa) caiu 30% desde o começo do ano, sendo a maior queda desde 2008.
Além disso, a fim de conter a disseminação descontrolada, diversos lugares, estabelecimentos, empresas e eventos que dependem de contato presencial e/ou grandes aglomerações estão buscando alternativas, como adotar o home office, rever a agenda de eventos (cancelando ou alterando datas) e adotando alternativas digitais (como o EAD para faculdades e escolas).
Também há, é claro, a preocupação quanto à capacidade dos hospitais, espaços médicos e profissionais da saúde de conseguir atender o número crescente de casos confirmados.
Mas calma! Alguns números que também precisam ser levados em conta…
Antes de você entrar em pânico, respire fundo! Para se ter uma visão global sobre o que está acontecendo, vamos entender um pouco mais sobre o coronavírus, comparado à outras doenças.
Segundo a OMS, o novo coronavírus tem grau de contágio moderado (entre 2 e 3, segundo os modelos matemáticos capazes de calcular o grau de contagiosidade de uma doença).
O sarampo, último grande surto que atingiu o Brasil, tem nível entre 12 e 18, considerado muito alto. Outras doenças comuns na infância, como rubéola e sarampo, ficam numa faixa de 10.
Mesmo quando falamos de grau de letalidade, a covid-19 tem letalidade baixa, de aproximadamente 3,4%, segundo estimou a OMS. É um valor menor que a dengue ou varíola, por exemplo, mas maior que do sarampo e da gripe comum.
O contágio do coronavírus e a pandemia
No caso do sarampo, respirar o mesmo ar que uma pessoa contaminada já é suficiente para pegar a doença, o que justifica um grau de contágio tão elevado.
Já o novo coronavírus exige um contato direto com o paciente ou com secreções expelidas.
“Mas então, por que a doença está se espalhando tão rapidamente?”
Isso porque, apesar do grau moderado, o fato de ser uma doença que envolve, muitas vezes, o contágio de pessoas que não apresentam sintomas, dificulta muito às medidas de controle (em outras palavras: até a pessoa ser de fato diagnosticada, ela já pode ter tido contato com centenas de outras pessoas).
Outra preocupação que justifica a pandemia é o desconhecimento com relação à nova doença. Embora o sarampo seja uma doença muito mais contagiosa, ela já é uma velha conhecida e possui vacina.
E como eu posso me prevenir e ajudar a controlar a pandemia do Coronavírus?
Essa é a pergunta que você precisa não apenas fazer diante dessa situação, mas saber a resposta e agir de acordo com ela imediatamente.
Até agora, o que sabemos sobre o coronavírus é que sua transmissão costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro e contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão.
Também sabemos que há a grande possibilidade de uma pessoa ter contraído a doença e não apresentar sintomas imediatos, dificultando seu isolamento imediato e abrindo margem para contaminação de terceiros.
Neste caso, a melhor medida é a prevenção contra as possibilidades de transmissão citadas acima, com algumas atitudes simples:
Lave as mãos (corretamente!)
Sempre que chegar ou ter contato com algum ambiente externo, lave as mãos. Mas importante: é preciso lavá-las corretamente, com sabão e esfregando-a por inteiro, por pelo menos 20 segundos.
Aqui estão 8 passos para lavar as mãos corretamente:
- Passe sabonete e água limpa nas mãos;
- Esfregue a palma de cada mão;
- Esfregue a ponta dos dedos na palma da outra mão;
- Esfregue entre os dedos de cada mão;
- Esfregue o polegar de cada mão;
- Lave o dorso de cada mão;
- Lave os punhos de ambas as mãos;
- Seque com uma toalha limpa ou papel toalha.
Álcool em gel sempre
O álcool em gel também é sempre um ótimo aliado (especialmente quando não for possível o isolamento ou não ter como lavar as mãos no momento).
Utilize sempre para higienizar as mãos, punho, objetos e ambientes que achar pertinente.
Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir
Como já dissemos, nem sempre os sintomas do coronavírus aparecem e, mesmo quando aparecem, podem ser facilmente confundidos com uma gripe comum.
Por isso, não dá bobeira: sempre que for espirrar ou tossir, cubra o nariz e a boca, e evite ao máximo estar próximo de pessoas ao fazer isso.
Evite contato das mãos com os olhos, nariz e boca
Sempre que precisar coçar ou tocar essas partes do seu corpo, preferencialmente esteja com as mãos higienizadas antes (com sabão ou álcool em gel), e, se possível, faça com um lenço de papel – que será descartado logo após o uso.
Se puder, fique em casa
Em seu serviço há a possibilidade de fazer home office? Então pode ser uma boa aderir à esta opção.
Sempre que você puder evitar ambientes públicos com muitas pessoas (evite ao máximo grandes aglomerações!), faça isso – especialmente se você estiver dentro da zona de risco, ou seja, seja uma pessoa acima dos 60 anos ou com problemas respiratórios.
Não é possível se isolar? Então, ainda assim, evite contato físico com outras pessoas, especialmente envolvendo mãos e rosto.
Lembre-se: o isolamento e as medidas de prevenção não são apenas para você não ficar doente, mas para que assim evitemos que o vírus se espalhe e superlote os hospitais.
Quanto menos pessoas doente, mais leitos sobram para quem vai precisar de internação.